Religião brasileira que pratica apenas o bem. Cultua um único Deus, Olorum e suas divindades, os sagrados Orixás. Cultua também as manifestações espirituais que estão ligadas a cultura brasileira, que são os Caboclos, Pretos Velhos, Marinheiros, Baianos, Crianças, Boiadeiros, Exu e Pomba Gira. Tem como finalidade a caridade espiritual e atendem os seus visitantes nas suas sessões ritualísticas.
No dia 15 de Novembro de 1908, o Caboclo das Sete Encruzilhadas anunciou a nova religião e Zélio de Moraes deu a forma material de concretização.
Zélio deu a sua vida pela Umbanda, assim como os pais dão a vida pelos seus filhos.
O Caboclo das Sete Encruzilhadas anunciou e Zélio de Moraes fundou, trazendo a Umbanda do mundo dos deuses para este nosso mundo.
Em 18 de maio de 2012, foi oficializado no Brasil, o 15 de Novembro como Dia Nacional da Umbanda, religião apontada como uma das únicas genuinamente brasileiras.
Em 8 de Novembro de 2016, após estudos do Instituto Rio Património da Humanidade (IRPH), a umbanda foi incluída na lista de patrimónios imateriais do Rio de Janeiro por meio de decreto.
Umbanda é uma palavra de origem Kimbundu idioma bantu (o kimbundu faz parte de uma grande família de línguas africanas e é uma das línguas tradicionais da Angola).
Nas terras bantas africanas, "Mbanda ou Embanda" significa “arte de curar”, ou “o culto pelo qual o sacerdote curava.”
É também é sinonimo de sacerdote, curador, o que cuida de um grupo espiritual, o líder espiritual.
Refira-se que a origem da palavra “Umbanda” não corresponde ao nascimento da religião e nesse sentido, não fundamenta um alicerce teológico da própria Religião.
1ª linha de Umbanda – Trono da Fé
2ª linha de Umbanda – Trono do Amor
3ª linha de Umbanda – Trono do Conhecimento
4ª linha de Umbanda – Trono da Justiça
5ª linha de Umbanda – Trono da Lei
6ª linha de Umbanda – Trono da Evolução
7ª linha de Umbanda – Trono da Geração
Sete Linhas de Umbanda, as sete formas que Deus tem de nos Amar.
Na Umbanda, os termos "Direita" e "Esquerda" referem-se a aspetos complementares do trabalho espiritual, simbolizando diferentes energias, funções e campos de atuação das entidades.
Não são opostos no sentido do "bem e do mal", mas partes de um mesmo sistema que busca o equilíbrio espiritual:
- A linha da Direita trabalha de forma mais subtil e serena.
- A linha da Esquerda trabalha em questões onde há mais conflitos, desequilíbrios ou demandas mais densas.
Destaca-se que todas as energias têm um propósito no universo e que ambas as forças são necessárias para a evolução e a justiça Divina.
A Umbanda possui várias vertentes ou tradições com práticas diversas, nomeadas de diferentes formas, como Umbanda Nação, Sagrada, Branca, Omolocô, Crística, Iniciática, Esotérica, Carismática, Umbandomblé, etc. Estas diferentes vertentes partilham o culto ás entidades ancestrais e a espíritos associados a divindades diversas de cultos não só africanos, mas mesmo hindus, árabes, católicos, entre outros, a depender da vertente. Ainda assim, existe em comum entre todas elas:
A Umbanda se fundamenta na obediência a ensinamentos básicos de valores humanos, como a fraternidade, a caridade, a não discriminação e a coletividade. Além desses preceitos, também há necessidade de práticas mediúnicas como servir de "aparelho" (o médium) para viabilizar a comunicação entre espíritos e Orixás com os seres humanos.
Orixás são divindades da religião iorubá e que segundo a mitologia iorubana, foram enviados por Olodumarê para a criação do mundo.
Olodumaré, também conhecido como Olorum, é o Deus supremo e inacessível. Ele criou o mundo e os orixás para governá-lo e servirem de intermediários entre ele e os humanos.
Os orixás representam os elementos da natureza e Olodumaré é a junção de todas essas energias. Os orixás não são deuses, portanto, as religiões que cultuam os orixás são monoteístas.
Durante a colonização do Brasil, muitas das pessoas trazidas da África para serem escravizadas eram da região de iorubá (Nigéria) e trouxeram consigo suas crenças e tradições religiosas.
Essas práticas religiosas, no entanto, eram duramente reprimidas pelo colonizador, que impunha aos escravizados a prática do catolicismo.
Para conseguirem cultuar os seus orixás, os africanos usavam os santos da Igreja Católica para representar suas divindades e assim iniciou-se o sincretismo religioso.
A Umbanda incorporou os nomes iorubás das divindades, sua teogonia (conjunto de divindades de um povo),sua teofania (aparição ou revelação da divindade), sua cosmogonia (teoria da fundação do mundo) e sua androgenesia (ciência que estuda o desenvolvimento físico e moral da espécie humana), unificando todo o universo religioso umbandista.
Orixá significa senhor da cabeça e na Umbanda existem duas visões através das quais os Orixás são representados:
Orixá Divindade - Ser Divino, Divindade governante da criação de um sentido de Deus;
Orixá Pessoal - O Orixá Natural, o que está ligado a cada um de nós, o intermediador.
Os Orixás são poderes que saíram de Deus e foram criados com a incumbência de serem geradores de uma qualidade do criador por toda a eternidade.
Orixá não é Santo Católico, ele é o governante de um sentido, de uma irradiação de Deus.
Na Umbanda Sagrada são cultuados catorze Orixás da Direita e quatro Orixás na Esquerda.
Orixás da Direita:
1. Oxalá: É considerado o pai de todos os Orixás, está associado à paz, à harmonia, à criação.
2. Logunan: Oyá-Tempo (Logunan) é Orixá que, junto a Oxalá, dá sustentação a todas as manifestações da Fé
3. Oxum: É a rainha da água doce, dona dos rios e cachoeiras, associada a conceção, ao amor, as relações.
4. Oxumaré: Irradia as sete cores, que caracterizam as sete irradiações divinas. É a renovação contínua, em todos os espetos e em todos os sentidos da vida de um ser.
5. Oxóssi: É o caçador, associado à natureza, à fartura e à prosperidade.
6. Obá: É a Mãe Guerreira, associada à concentração, as raízes e desequilíbrios no campo do Conhecimento
7. Xangô: É associado à justiça, à autoridade, à sabedoria, à força.
8. Oroiná: É a Senhora da Justiça Divina, associada ao fogo, ao consumo e à energia.
9. Ogum: É o guerreiro, associado à coragem, à força, à proteção e à justiça.
10. Iansã: É a senhora dos ventos, associada às tempestades, à transformação e à mudança.
11. Obaluaiê: É o intermediador, associado à evolução, às passagens e a cura
12. Nanã Buroquê: É a senhora das águas paradas, associada à ancestralidade, à sabedoria, à estabilidade.
13. Iemanjá: É a mãe das águas, associada à maternidade, à proteção, à fertilidade.
14. Omolu: É o Senhor da Morte, associado ao fim dos ciclos, à razão, à estabilidade.
Orixás da Esquerda:
1. Orixá Exu: São tripolares, associados aos aspetos negativos do em baixo, à vitalidade, à masculinidade, à força.
2. Orixá Pomba Gira: É a senhora dos Desejos, associada aos interiores, ao amor e à energia feminina.
3. Orixá Exu Mirim: Senhor do Nada Absoluto, associado ao nada, ao abstrato, as intensões.
4. Orixá Pombagira Mirim: Senhora dos Interesses, associada ao que é concreto, à jovialidade.
Os caboclos estão presentes na Umbanda desde a sua fundação, uma vez que a religião teria sido criada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas.
As entidades assim denominadas que se apresentam nos terreiros de umbanda são espíritos com um certo grau espiritual de evolução.
São considerados espíritos de índios que já morreram e que viraram guias de luz que voltam à Terra para prestar a caridade ao próximo. Ou almas de pessoas que assumiram a roupagem fluídica de caboclo como instrumento de ideal. São da Linha das Matas.
Apresentam-se altaneiros, dando o seu grito de guerra e gesticulando como se lançassem suas flechas. Normalmente seus conselhos visam a melhorar o ânimo dos mais necessitados. A imagem quase sempre condiz com a figura do bom selvagem romantizado, belo, puro, nobre e arrojado. São espíritos sérios e bastante contidos. Normalmente os consulentes os tratam com muito respeito e até algum temor.
Geralmente se utilizam de charutos para provocar a descarga espiritual de seu médium e também do seu consulente. Alguns assoviam, outros bradam no ato da incorporação. Costumam ser bastante sérios nos seus conselhos. São considerados, portanto, grandes trabalhadores dos terreiros.
Nomes de alguns caboclos da Umbanda, que trabalham em falanges espirituais, "incorporando" em médiuns nos terreiros.
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